sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Quantos amigos você têm?

Com o passar do tempo - que nos faz amadurecer e entender melhor o ser humano - a nossa lista de características que as pessoas devem possuir para ter o prazer da nossa amizade, se altera e nos faz ficar cada vez mais exigentes. Ou intolerantes.

Lembro bem que quando eu era criança, o principal requisito para ser meu amigo era ter disponibilidade para brincar, na hora que eu queria e podia, lógico. Até hoje eu tenho contato com o meu primeiro amigo, amizade esta que data do início da década de 80 e, apesar de um grande vácuo no relacionamento, sempre que o vejo a alegria emanada de ambos é a mesma. Como se fôssemos brincar de derrubar bonecos de guerra - que alinhávamos no meio da sala - com uma bolita (bolinha de gude ou bila, como se diz no nordeste).

Na adolescência, a fase mais crítica para o envolvimento com pessoas de caráter duvidoso, era a disponibilidade para se fazer qualquer coisa, em qualquer lugar, sem hora marcada. A grande emoção era sair e curtir a sensação - e ter a impressão errada - de que não se tinha hora pra chegar. Ah claro, ter bons contatos femininos era sempre bem vindo. E, preenchendo este requisito, muita gente se tornava amigo e amiga...

Já na fase adulta, é chegada a hora da peneira. E da troca de amizades.
É basicamente como se fazia com as figurinhas repetidas e que nunca serviram para completar o álbum.
No início, é praticamente uma suruba: tome um, me dá dois, leva três, devolve seis. Mas no decorrer do processo, as afinidades vão aflorando e a convivência, que em outrora dependia de terceiros, passa a ser mais próxima e verdadeira. E eis que surge a verdadeira amizade.

Pensei em escrever sobre isso por ter o hábito de ler o "Para" dos e-mail´s que recebo e, a cada endereço listado, repasso os momentos que passei, passo ou passarei com algumas pessoas. E isso me faz feliz e triste ao mesmo tempo.
Sinto saudades de algumas coisas, como toda pessoa "normal" (desculpe a pretensão =] ), mas ao mesmo tempo penso que o que rolou em tempos distantes não vai se repetir mesmo, afinal de contas, o mundo gira, o tempo passa, as prioridades se alteram e fila anda. Até nas amizades.

E assim sigo, fazendo um novo amigo a cada dia e sempre lembrando do trecho daquela música dos Cowboys Espirituais que diz: "Eu não quero dizer isso, mas o mundo é maior que o teu quarto...".

Fui...ainda tenho muita gente pra conhecer.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Aventuras da modernidade: postando um cartão postal.

Segunda-feira, início da semana de trabalho, variados afazeres - profissionais e domésticos - e uma tarefa especial e que remonta a década de 70/80:
postar alguns cartões postais em uma agência dos Correios.

Apesar do calor escaldante, o sol fez como há muito tempo as grande bandas do rock n´roll internacional fazem com Porto Alegre: sobrevôou a capital do RS
e rumou para o sudeste do Brasil. Mas isso não seria desculpa para deixar o frescor (ui!) do escritório e rumar para a agência dos Correios mais próxima.
Ao chegar lá, esbaforido e suando aos borbotões (sempre quis digitar isso), coloco-me em fila e aguardo para ser chamado pela atendente.
Eis que chega o momento.

- Próximo!

Sigo em direção ao guichê, "desembalo" os cartões postais, repouso-os sobre o balcão e sou indagado:

- Vais postar como cartão postal mesmo?

E pergunto:

- Há outra forma de se fazer?

E vêm a mais brilhante das respostas:

- Claro. É possível postar como carta normal. Mas daí é mais caro!

Por muito, muito pouco não encarnei o saudoso sr. Saraiva.

Juro!

sábado, 21 de novembro de 2009



Planeta: Terra
Cidade: Porto Alegre - RS
Break Point: Arroio Dilúvio - Av. Ipiranga c/ Lucas de Oliveira

Foi nesse cenário improvável que três malucos decidiram inovar e trazer para a cidade poluída, barulhenta, cinzenta - não apenas no céu, mas no coração das pessoas, e fazer daquela tarde
uma tarde de alegria, loucura e, por que não, chamar a atenção para si - como se isso fosse algum pecado.

Vamos aos fatos.
Fiquei sabendo na central de fofocas, o Twitter, que alguém tinha surfado no Arroio Dilúvio. Até aí, pensei: "sempre têm louco pra tudo", mas não me causou tanta curiosidade
assim. Eis que então começaram a aparecer mensagens taxando o feito como "mais um viral", como se isso fosse um pecado mortal. Ah claro, sempre esqueço que no Brasil, gente comum, não pode fazer sucesso, ter seu feito reconhecido.
Foi então que me senti instgado a ver "os pecadores", a "galera do mal", "os bandidos" da web em mais um ato de vandalismo e jogo sujo, diriam os Cavaleiros do Apocalipse, os Senhores Feudais da comunição, marketing e claro, donos de todos os holofotes.

Sinceramente, depois de Jackass - que ganhou alguns milhões de dólares para fazer o que fez - nunca imaginei que alguém poderia investir sua vida e saúde (não discutirei a mental)
em algo dessa magnitude, com o propósito de chamar a atenção, seja para quem fôr. E esses caras conseguiram. E merecem respeito pelo seu feito.
A coisa mais fácil dessa vida e, principalmente, em tempos de tecnologia ao alcance de todos (tm Lula e Casas Bahia), é criticar tudo e todos, sendo estes pessoas sem a menor condição para tal.
Estes fiscais do certo e do politicamente correto, os "Salsinhas" como diria o Cardoso, falam de suas cadeiras reclináveis, de suas salas com ar-condicionado (split, por favor) e - em sua grande maioria - não passam
de medíocres cagando regras às quais os próprios não as cumprem. Mas também, quem os nota para fiscalizá-los?

À essa galera do surf, o meu respeito e reconhecimento pelo feito, mesmo sendo eu um Zé Ninguém.
Mas o Brasil é feito de muitos Zé Ninguéms e uma hora dessas, um deles pode virar seu chefe.
E te mandar à merda.
Então, é chegada a hora de pegar a prancha e rumar para a Avenida Ipiranga.
Bom surf.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Agora vai!

Sempre prometo à mim mesmo que “quando sobrar um tempo, voltarei a escrever no blog” e os dias vão passando, as semanas idem e nada do retorno, do registros dos pensamentos em palavras, enfim, tudo na mesma.

Mas não é por falta de tempo, afinal de contas, “quem sabe faz à hora, não espera acontecer” e as notícias passam, a vida muda, o ponto-de-vista sobre um mesmo fato, notícia, se altera, assim como o humor.

E o colorido da vida? Acinzentado, vez por outra.

Não tenho pretensões artísticas, nem tampouco ter um milhão de amigos – como bradou em forma de música o rei Roberto Carlos, mas isso aqui foi feito pra ser um registro do que vez ou outra ecoa nessa cabeça inundada por qualquer coisa, já que o ar toma mais espaço do que deveria não dando margem para qualquer coisa que seja. Nem pensamentos.

Enfim, vou mais uma vez travar uma luta com a disposição, tempo, interesse e capacidade de juntar letras para dizer algo que – bobagem ou não – valha a pena.

Apenas para registro.