segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O Rappa, o show.


Sábado de primavera em Porto Alegre. Temperatura oscilando entre 10c e 12c, mas para alguns poucos o verão já tinha chegado. Na chegada, o ataque quase suicida de guardadores de carros, uma praga tão freqüente em eventos de grande público como os ratos em Viena. A diferença é que para ratos existem venenos.
Mas vamos ao que, realmente interessa...

O LOCAL

Pela primeira vez no Pepsi on Stage, me surpreendi em como os caras conseguiram montar uma estrutura daquelas, num lugar onde antes era um galpão de uma fábrica de máquinas, se não me engano. O lugar é lindo, bem refrigerado, ao contrário do Opinião que ,mesmo em dias de frio absoluto, consegue ser uma filial do deserto do Saara.
Porém, ah porém...a acústica do lugar me remeteu ao saudoso auditório Araújo Viana na Redenção que - pra quem não conhece ou não se lembra mais, foi palco por muitos anos de shows que iam de Moraes Moreira, passando por Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós à gigantes da MPB como Zé do Belo, o cara que imortalizou a Ipanema FM com aquela música que termina com a pergunta até hoje não respondida: “por quê o logo da Ipanema é um N, se Ipanema começa com I?”. Mistério.
A falha acústica ficou comprovada com o show de abertura (ou seria um cozimento de jovens talentos?) da banda que ganhou um concurso de bandas chamada Dr. Robert.

ENTRADA: DR. ROBERT FRITO.

Não posso opinar sobre a qualidade da banda, musicalmente falando, pois não ouvi nada - mas nada MESMO, do que eles cantaram ou tocaram. O som do show oscilou entre horrível e péssimo, passando por muito ruim. Se fosse eu o agente da banda, processaria os caras da técnica, com certeza. Mas uma coisa ficou clara, como bem comentado pelo meu amigo Mestre Ôda: o músico da banda é o baterista. O guri destruiu e fez a grande diferença, num ambiente sonoramente desfavorável, com um show à parte.
Uma dica pra gurizada: deixem os improvisos para o estúdio. Em shows, vocês têm a obrigação de saber o que vão tocar e aquele lance de tirar a “cola” do bolso, colocou mais óleo na frigideira na qual vocês fritavam. Essa é a dica de um quase músico. O que me separou do estrelato foi o “quase”.

PRATO PRINCIPAL: O RAPPA

Já havia ido a shows anteriores d’O Rappa e uma coisa fica muito clara: a cada disco eles ficam melhores. E no momento musical medíocre pelo qual passa o Brasil nessa era funk e pancadão, é uma surpresa agradável. As intros do DJ Negralha, como sempre impecáveis, o Falcão que fala cantando (ou seria canta falando?), o Lobato destruindo na nova “função”, o Lauro Farias solando na entrada do Hey Joe fodástico, o Xandão nos fazendo pensar que estão tocando um CD, tamanha a perfeição com que toca guitarra, e por aí vai.
A grata surpresa foi ver o César, um cara que já estava tocando com eles no acústico, assumir com maestria a “cozinha”. E como bem dito pelo Falcão, ele ocupou o lugar por talento e merecimento.
Show do Rappa é show do Rappa e vice-versa, como diria o Jardel (ex-atacante do Gaymio), mas o ponto negativo foi o tempo de espera para vê-los.
O show estava marcado para o dia 18/10 às 22h, mas por muito pouco não começou no dia 19. Um absurdo que deixou até seus fãs incondicionais desapontados, cansados e torcendo para que ele termine o quanto antes, tamanho o cansaço. Eu ACREDITO que um dia os shows começarão no horário marcado, assim como as peças teatrais. Quem pagou, pagou. Se não chegar no horário, azar o seu.
Agora sacrificar uma maioria que estava presente desde cedo, por causa de alguns poucos atrasados, me remete à decisão da PM de São Paulo no caso do seqüestro da menina Eloá: uma burrice e completa falta de respeito.

Era isso. E que venha o Offspring, que no seu último show no Gigantinho começou no horário e presenteou os fãs pontuais, surpreendendo os atrasados. Espero me beneficiar disso também.

Um comentário:

Unknown disse...

Tu tá ficando velho chato... Uma hora da manhã é cedo pra carai, manéh!