segunda-feira, 21 de julho de 2008

O renascimento indígena no Brasil

Meus colegas de trabalho
Voltei!

E pra comentar um assunto que há muito ecoa em minha mente: o renascimento indígena em Pindorama ou no Brasil, como queiram.

Há muito tempo venho percebendo que o "mim", aquele que não fazia nada e que por esse motivo teve sua naturalidade requisitada por Brasilia - DF, hoje em dia faz de tudo.

Calma....vou explicar.

Várias e várias pessoas com as quais tenho convivido, ultimamente ou não, fazem uso contínuo do "mim", aquele do tempo da descoberta do Brasil, para conjugar os mais variados verbos, seja o "fazer", como o "não fazer". E não pensem vocês que são pessoas ditas "mais humildes" (que até hoje não sei o que é). Pelo contrário, são pessoas com algum nível cultural e muitos deles, considerados altamente inteligentes e em cargos que requerem alto nível de conhecimento técnico, mas não de português, por supuesto.

Volta-e-meia ouço que o RS é o MELHOR estado do Brasil pra se viver, que por aqui não temos analfabetismo (e o que seria isso?? Desconhecimento ou ignorância?), melhor qualidade de vida, blá, blá, blá. blá., blá, blá....(fala com a minha mão).

Entendo que o português é uma língua extremamente difícil, de milhares de regras, sentidos, significados, diferenças fonéticas regionais e tudo o mais. Mas assim como todo mundo se preocupa a "fazer contas" (a matemática), deveriam dedicar tanto ou mais tempo para estudo da nossa língua mãe.

Dia desses fui tomado por uma avalanche de "mim" que tive que esfregar os olhos, focar em volta de mim e tentar verificar se não estávamos todos pelados, com o corpo pintado de urucum, arco e flecha na mão e aqueles dilatadores de lábios (aquele troço que deixa os índios "beiçudos") na boca, tentando caçar uma Jaguatirica:


Índio 1 (o "índio"):

- Chefe, o fulano pediu pra "mim" fazer essa planilha, mas eu não consegui ainda...

Índio 2 (o cacique):

- Eu não estou sabendo de nada. Tem que pedir para ele "vim" falar comigo.

Índio 1:

- Tudo bem, mas ele sempre pede pra "mim" fazer as coisas e eu sempre faço. Mas hoje tá complicado. A fulana disse pra "mim" priorizar aquele relatório e se fôr pra "mim" fazer ele, não vai dar tempo pra "mim" fazer o do fulano...

Índio 2:

- Faz o seguinte, me passa esse do fulano pra "mim" fazer, porque depois eu vou (não entendi porque ele também não usou o mim aqui) corrigir tudo. Mais fácil tu passares pra "mim" fazer e continuar fazendo o que tu estavas fazendo.


MEUDEUSDOCÉU!!!! SOCOOOOOOOOOOOOOOORRRRRRRRRRRRRROOOOOO


E todo esse diálogo se passou ao meu lado, quase na minha mesa. E eu ali, de ouvinte, sendo torturado, vendo o assassinato da língua portuguesa e tendo que ficar assim, como quem é abordado pela polícia nos dias de hoje: imóvel e com medo de tomar um tiro, caso me atrevesse a corrigí-los.


É...fiquei pensando em como deve ser a reunião da tribo que esses índios fazem parte, com seus cachimbos da paz, fogueira acesa e muita dança-da-chuva.


Acho que vou voltar pra civilização...

Um comentário:

Eduardo Grando de Andrade disse...

Tem um amigo meu que sabe português para car***o! Eu sugeri dele fazer um Blog sobre dicas de portugues, erros mais frequentes, regras de acentuação, dicas de estrutura de textos, etc. O nome vai ser:"Pergunte ao Luciano". Vai ser chou !!!