Cidade do interior, por si só já seria motivo de muitas histórias quando se vêm de uma cidade, relativamente, grande. E a minha experiência na serra gaúcha não tem sido diferente.
Alguns outros combatentes (como diria o Tiago, o homem que joga futebol de botas Commander), um tanto quanto exóticos, assim como eu, estão nesta peleia semanal.
Apresento os personagens desta e de outras histórias:
- Gordinho Legal: ou Sultão Luptak, como ele é conhecido na parte noroeste da Áustria. O cara é a materialização do Shrek e eu acredito que o filme foi baseado em algum momento da vida dele. Sério.
- Ibirubá: originário desta pequena grande cidade gaúcha, é integrante da família que seria como o Google para os usuários da internet: dona de 90% do comércio da cidade. A únicas coisas que se salvam são a igreja e a delegacia (é só pensar no que sobrou: ferragem e padaria).
- Ruby Man: o menino que o Google há de conhecer e que trará a tecnologia Ruby on Rails para uma realidade maior que a de Matrix. O nosso conversor oficial de valores monetários em “serviços” prestados no Vale dos Sinos.
Pela descrição, fica fácil de saber que o “ajuntamento” destes nunca poderá acabar em boa coisa.
Os caras são da TI, mas ao contrário da grande maioria, eles tem vida além dos bits e bytes. E já coleciono algumas histórias engraçadas com essas figuras.
Há um ritual semanal que leva o Ibirubá e Ruby Man à descer a serra e, nesse dia, o Gordinho Legal vai à pé para o hotel em que todos nós ficamos hospedados – e que jamais será o mesmo depois disso - e que fica a poucas quadras da empresa na qual prestamos serviços. Deveria ser assim, eu acho.
E foi em um dia como esses, do abandono pleno do Gordinho Legal, e no auge da minha gentileza, dei um voto de confiança pro cara e ofereci carona pra ele. Talvez esse tenha sido o meu maior erro.
E já no primeiro contato estabelecido, ele me conta uma das pérolas que me faz rir até hoje:
Pergunto eu pra ele, tentando não falar do tempo como sempre acontece quando não temos intimidade com as pessoas:
- E aí cara, como ta o trampo aí? Muito serviço?
No que ele, despido de qualquer interesse de manter as aparências me tasca:
“Meu...tá uma M...tá uma M...me deram um negócio do inferno pra eu fazer e quase pedi uma ‘pá’...”
Nesse instante, eu fiquei imaginando o que ele faria com uma “pá”, aquela usada em obras, sendo ele um programador e, principalmente, no que ela ajudaria no tal “serviço do inferno.” Mas não tive coragem de perguntar. Até porque é melhor deixar o “coisa ruim”, lá no canto dele, pois aqui em cima a concorrência é grande. E tem feito mais calor do que ele tá acostumado – uma demonstração clara de que o aquecimento global existe e o Acre não.
Porém, ele não me deixou na dúvida e me fez entender o porquê da pá:
“Juro que tô pensando em pedir uma pá cara...juro! Pra cavar, chegar no inferno e dizer pro diabo: ‘ô meu, sobe aí pra me dar uma mão.”
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Não....não tem explicação uma coisa dessas.
E esse foi o cartão de visita apresentado pelo Gordinho Legal e uma das muitas histórias dessa figura.
E só por tê-lo conhecido, já posso considerar que a minha missão por aqui, tá cumprida.
Pelo menos por enquanto.
3 comentários:
mas tu não vai comentar da mijada na sinaleira que tu deu ontem né?
Sultão Luptak
Não podemos esquecer do Deus Mestre do Mundo, o DEUS METAL (visto que nao sou metaleiro, mas admito, o deus que rege as coisas, aqui na serra, é o Deus Metal).
Grande post, está favoritado.
Abraço!
nem do ser vivo mais evoluído: o pterodactilo
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